Casa de Repouso - Digna Idade

Institucionalizar meu idoso: negligência ou cuidado?

A todo o momento escuto esses questionamentos dos familiares, nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI’s), onde trabalho.

Existe aquela visão dos antigos asilos, onde  não havia profissionais capacitados, atividades cognitivas, atividades físicas enfim, uma equipe multidisciplinar que pudesse cuidar desse idoso como um todo.

Hoje, felizmente, não é mais assim! Temos as fiscalizações e exigências do Ministério Público, para que o idoso possa ter qualidade de vida e o mínimo de dignidade. Sabemos que nem sempre a família tem condições de ficar e cuidar do seu idoso em casa. Muitos precisam trabalhar e não tem com quem deixá-lo. Outros, com seus filhos e suas infinitas atividades extracurriculares. Existem famílias onde vivem seus eternos conflitos familiares, em uma disputa acirrada de quem fica com o idoso.  Enfim, muitas questões e poucas soluções de fato efetivas. E o idoso no meio de tudo isso. Como se o seu querer não fosse ouvido.

Quantas vezes já vimos cenas em que nas reuniões familiares, o idoso fica isolado, sem que ninguém puxe uma conversa com ele? 

Às vezes, por falta de paciência, pois esse idoso apresenta um discurso repetitivo. Ou apresenta um déficit auditivo, onde temos que falar em um tom de voz mais alto, com isso, evitamos conversar com ele.

Muitas vezes, não temos disponibilidade de tempo e acabamos por restringi-los nas tarefas, retirando a sua autonomia, acreditando ser o melhor para ele nesse momento. Quando na verdade, poderíamos estar o estimulando para prolongar sua independência, mesmo que com a nossa supervisão, proporcionando qualidade de vida.

Com a aposentadoria ou com o falecimento de um dos cônjuges, o idoso passa a não ter vida social, não tendo com quem interagir. É como se ninguém mais, falasse a língua dele. Passando a ficar cada vez mais, isolado, calado, restrito…

O que pode gerar diversas patologias como a depressão entre outras.

Muitos idosos precisam de uma regularidade na tomada dos medicamentos e nem sempre acaba sendo feito no horário e da forma correta.

Quando a família ou o próprio idoso tem condições para mantê-lo em casa, com uma equipe de cuidador dando esse suporte,  ou até mesmo uma equipe multidisciplinar, de acordo com a patologia do paciente como, enfermeiro, fonoaudiólogo  psicólogo, fisioterapeuta, mantendo esse idoso ativo e assistido, é totalmente favorável! 

Mas, infelizmente nem sempre é isso o que acontece.

O cuidador que muitas vezes, é eleito pela família, sem que tenha direito de escolha, fica tão ou mais adoecido que o seu idoso, tanto fisicamente quanto psicologicamente. São muitas demandas que nem sempre se consegue fazer a contento.

É aí, que começamos a negligenciar o nosso idoso. 

O privando de estar no convívio de outros que como ele, apesar de suas limitações, pode passar a ter a percepção e o entendimento de que não poderá fazer as atividades como antes, mas com a ajuda da equipe e com a reabilitação, pode sim  chegar ao mesmo resultado, por outro caminho.

Poder ter sua alimentação, medicação enfim, suas atividades de vida diária (AVD’s) supervisionadas por pessoas capacitadas para tal. 

Isso é cuidado! 

Isso é pensar no outro e fazê-lo ter voz!

O que não eximirá o familiar de se fazer presente na instituição e ter uma qualidade nesse encontro, nessa escuta, para que não se perca o vínculo familiar, uma vez, que esse idoso foi institucionalizado. 

Às vezes, o único caminho para ambos é a institucionalização.

Portanto, antes de pensar em si mesmo ou no que os outros vão dizer, veja, que qualidade de vida o seu idoso está tendo em casa? Faça uma escuta dele e de si mesmo, e se pergunte: “Estou tratando-o com o devido cuidado ou o estou negligenciando?

Não é apenas o local que fará dele um idoso feliz e sim, a qualidade de vida que a família o proporcionará. Seja no afeto, na presença, com os devidos cuidados e com amor transmitidos a ele é que fará toda a diferença.

Por Renata Lucas Psicóloga Neuropsicóloga – Gerontóloga – Terapeuta de Família. Psicóloga do Aconchego Digna Idade.

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